"Posso escolher qualquer espaço vazio e considerá-lo um palco nu. Um homem atravessa este espaço vazio enquanto outro o observa, e isso é suficiente para criar uma ação cênica."
(Peter Brook)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O tradicional preconceito

Atualmente, não existe somente um gênero teatral. Teatro Pós-Dramático, Musical, Comercial, todos lutam pelo seu espaço e por suas oportunidades. Por ser uma arte que acompanha seu tempo, o teatro se adapta às necessidades e aproveita as novas inspirações para suas criações.
O teatro passou, então, a ser realizado fora dos espaços convencionais, dos grandes edifícios e palcos. Alguns grupos se utilizam de lugares que não foram originalmente concebidos para a encenação, como: praças, jardins, escolas, igrejas, museus, prisões, etc.




Espetáculo Muros realizado no Pavilhão desativado 2 do Carandiru.
Núcleo Panóptico de Teatro, grupo formado por ex-presidiários,
presos em regime semi-aberto e atores profissionais.


A prisão representa um lugar de reclusão e a realização de espetáculos em lugares como esse propõe a aproximação da arte com a sociedade e abordam o tema da inclusão social.

Aproximar a arte e torná-la acessível a todos é o principal objetivo de artistas de rua, além de mobilizar a sociedade e chamar atenção para problemas existentes na comunidade.

Surgido na Antiguidade, o Teatro de Rua abre a possibilidade para novos efeitos e novas relações entre ator e plateia.
Apesar de antiga, essa forma de arte ainde sofre grande preconceito por parte da população, críticos e inclusive, atores.


Por não se utilizar de um espaço tradicional - um palco italiano, arena, elisabetano - o Teatro de Rua é considerado, por alguns, uma forma inferior ou amadora de fazer teatro.

Além de serem tomados por improvisações ou "feitos de qualquer jeito", teatros realizados em espaços não convencionais, também costumam ser considerados bagunças ou agitações sociais.

Como todas as outras, essas formas de espetáculo enfrentam dificuldades, e uma delas é resultado da incompreensão por parte da sociedade e de pessoas da área teatral.

Outras dificuldades apontadas pelos artistas de rua são os patrocinadores e os meios de divulgação, que se negam a apoiá-los, e inclusive outros atores, que consideram essa forma de arte como sendo inferior e menos importante.

Espetáculo Dar não Dói. O que dói é resistir! Grupo Tá na Rua.

Em contraposição a isso, existem grupos como o CCTAR - Centro de Criação de Teatro e Artes de Rua e o grupo Tá na Rua do Rio de Janeiro que incentivam a produção artística em espaços não convencionais, mobilizam a população por meio das Artes Cênicas e lutando contra o preconceito da sociedade.

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