"Posso escolher qualquer espaço vazio e considerá-lo um palco nu. Um homem atravessa este espaço vazio enquanto outro o observa, e isso é suficiente para criar uma ação cênica."
(Peter Brook)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sobre as Montagens e Adaptações


   Quando falamos de Teatro em espaços não convencionais, é necessário discutir questões como o cenário e as técnicas utilizadas para a montagem das peças.

   Ao falarmos da escolha da peça, podemos ter como exemplo o grupo Esquadrão da Vida. Fundado na década de 80, o grupo acreditava que Teatro de Rua deveria ser feito apenas de intervenções na rua, sem utilização de textos e sem utilizar obras teatrais normalmente reproduzidas em teatros convencionais. Apenas em 1993 o grupo fez uma montagem de Romeu e Julieta utilizando o espaço urbano, percebendo que era perfeitamente possível adaptar peças clássicas para ambientes não convencionais.

   No caso de apresentações que utilizam os textos tradicionais é preciso fazer as adaptações necessárias dos cenários, das técnicas e muitas vezes do próprio texto, esse último precisa ser adaptado para que a peça se torne acessível a um publico que não costuma ir ao teatro tradicional. Além da adaptação dos textos os atores precisam desenvolver técnicas que permitam a utilização de um espaço que contém elementos como o asfalto.

   Pode-se perceber que o ambiente não-convencional exerce influência em algum momento da montagem, já que exige que adaptações sejam feitas.

   É importante lembrar que as pessoas que assistem ao teatro de rua estão freqüentemente de passagem, por isso a adaptação do texto procura freqüentemente prender ao máximo a atenção dos passantes.






Esquadrão da Vida, Filhote do Filhote do Elefante, UnB

Esquadrao da Vida, Filhote do Filhote do Elefante, UnB

    Filhote do Filhote do Elefante montado pelo grupo Esquadrão da Vida é uma adaptação do entreato da peça Um Homem é um Homem de Bertolt Brech. Fora a adaptação textual, eles montaram um espetáculo no formato circense, utilizando inúmeras acrobacias, figurino bastante colorido e estampado, maquiagens de palhaço, além de utilizarem diversos objetos em cena.

    Nessa montagem fica exemplificada a técnica que os atores precisam ter, pois eles não são apenas os interpretes do texto, mas também os músicos, os cantores, os acrobatas e até mesmo o diretor, como é o caso da Maíra de Oliveira.






Cartaz Concerto a Céu Aberto

Foto de Luana Lleras /UnB Agência
    Concerto a Céu Aberto para Solos de Aves, apresentado por Nara Faria, utiliza o espaço como cenário, apesar de ser apresentado na rua, necessita de um espaço especifico para apresentar, já que ela utiliza as árvores e as folhas que estão ao seu redor para compor o espetáculo.

   Muitas vezes o teatro ao ar livre é montado para ser apresentado apenas em um lugar, como é o caso de Concerto a Céu Aberto para Solos de Aves, que além de precisar de um ambiente arborizado, utiliza a estrutura de uma árvore especifica para a interprete poder se erguer.





Entrepartidas, Grupo Teatro do Concreto
706 sul
    O grupo Teatro do Concreto realiza diversos espetáculos na rua, um deles é Entrepartidas, que começou na rodoviária de Brasília, continuou em um ônibus, em uma praça e terminou numa casa. A cena inicial era uma cena comum, que pode acontecer normalmente, um casal brigando, uma pessoa passando, pegando um ônibus, entre outras ações. Quem não esperava ver uma encenação acreditou que era uma cena da vida cotidiana devido ao espaço comum que foi utilizado.

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